Reproduzo aqui alguns textos enviados por amigos.
Stella Mello
O que é a vida senão um ligar e desligar a Luz?!
Um caminhar para viver!... Um trabalhar para aprender!...
Um eterno versejar!...
Disse um poeta: "Até as pedras se encontram..."
As afinidades aproximam as pessoas, e nós tínhamos afinidades, e mais
do que isso, uma amizade que, um estalo apenas, acendeu!
Uma noite, em uma reunião nós nos cruzamos. Paramos. Ela perguntou:
-"seu nome?"... - eu respondi: -"Stella".
"Nossas mãos se buscaram e ela murmurou: -" menina, é você?"
Eu havia sido aceita na ARL.
Foi assim, apenas, para reacender um carinho, uma amizade entre aquela
simpática sergipana, que cultivava os versos na alma carinhosa, e uma
fluminense que unia cores com versos.
Não mais nos separamos. Quando demorávamos a nos ver o telefone tocava, logo eu a pegaria para conversarmos, algumas vezes na sorveteria Shangri- la , entre uma e outra colherada, ela me contava de sua infância, dos planos e da sua carreira. Chamava-se "irmã". Incentivava-me a escrever ( o que eu fazia desde menina.) - O que me encantava nela era sua vivacidade, sua prontidão, ágil com as palavras, os gestos, que a levaram a declamar.
Vivia, respirava pura poesia. E sua mente privilegiada era uma antologia
viva, não só para os seus poemas, mas os de muitos autores.
Nosso último encontro não foi possível. Em três dias ela ficou separada de
mim. Poucos meses antes, ela antevira a separação. Falou-me:"! Chamei
meus filhos, quero todos comigo nesse Natal. Depois, quero vê-la ...
precisamos conversar.... "
Querida amiga! Os anjos a levaram logo. Tinha de ser assim.
Maria Lúcia, você foi um encontro bom na minha vida. Uma estrela dourada a iluminar por onde passava. E, como um cometa, você passou!
Boa viagem, querida. Vá para Deus com os braços abertos, versejando... como se o momento fosse ..."Como um domingo festivo!"
Stella Mello
Segue abaixo um texto do meu Livro FLORESCER ;
fiz ETAPAS para a Maria Lúcia quando ela foi para Diamantina
Ela segue... agora para Poetar e Declamar em chãos de Jardins Celestes,
O Amor , a Arte , Deus- são Universais
continuaremos entrelaçados em elevadas emoções...pela Afinidade e Afetividade de nossas Almas.
ETAPAS
A Maria Lúcia
Segue teu caminho,
ó peregrinados sonhos vãos
E vida em ascensão
Segue tua sina
que a vida continuaem outros chãos
Leva lembranças boas
de ternura infinda,beijos cósmicos,
plasmas de emoção...
Segue...
Só a poética não passeSerá amiga a saudade
lembrando só felicidade
Tempos findam
Frutos ficam pelos caminhosE novas flores
em sonho virão.
Cléo Reis
do livro FLORESCER...Poesias e Reflexões- 1998
Nelson Jacintho
Ela se foi (Para Maria Lúcia dos Santos no dia de
sua morte)
Ela se foi...
É possível que já tivesse chegado a hora!
Quem marca a hora?
Deus? O tempo? A quebra de energia?
A força que dá fim à luz do dia...?
Aqui praticou o bem e a alegria!
Partiu, foi quieta!
Partiu como parte o bom poeta
à procura de um novo verso
para em outro local,
com sossego, declamar!
Aqui declamou tudo o que sabia!
Como ninguém não poupou sua energia!
Deixou dentro de
nós
versos que jamais hão de se calar!
A matéria foi embora,
mas ficou a poesia!
Ficou a alma, ficou a fantasia
que jamais a nossa vida
haverá de
abandonar!
Maria Lúcia foi,
mas sua poesia ficou!
Sua voz deixou nossos ouvidos,
mas ficou em nossa mente!
Quem vai se esquecer da declamação
das Vozes da
África,
do Navio Negreiro,
dos versos nordestinos,
do jeito brejeiro,
que com tanto brilho
nos encantou tantas vezes!
Quem a esquecerá?
A morte levou seu corpo,
mas sua poesia viverá!
Certamente o céu está em festa!
Saraus, declamações, talvez serestas
a esperam com muita empolgação!
Lá chegou a grande rainha
da declamação!
Não choremos por sua partida!
Certamente a sua guarida
está recoberta de
flores!
Ela se foi, nos deixou, nos disse adeus!
Não choremos por ela!
Com certeza ela está declamando
para os anjos,
bem perto do próprio Deus!
Vai-se a poetisa, ficam seus versos, seus encontros e sua alma para quem desfrutou dela. Deixa um legado, sua vida, seu encanto e seu talento inesquecívei. Maria Lúcia, pra vc...
O que pode ser tanto mais cruel que a morte/
Corte ao que amanhece,/
Solidão de quem fica,/
Crepúsculo que padece?/
Então quem a merece?/
Morte não existe já que morreu e deu fim,/
Sim ao tão lúgrube mistério,/
Sombrio trato da saudade,/
Parábola de fúnebre critério?/
Apenas um cemitério?/
O que pode ser tanto pior do que perder tudo,/
Mudo ser, do tudo que era,/
Silêncio a um sorriso,/
Inverno na primavera?/
O que mais espera?
Morte traz ausência sem direito a ser retorno,/
Transtorno ao vão secreto,/
Lacuna da única verdade./
Troça do "grande arquiteto"?/
Apenas enígma secreto?/
Pela fé o homem se convence a entender,/
Crer no que alivia,/
Sem pecar julgamento,/
Nessa rua de uma só via?
Onde somos a galeria?
FERRIANI
Graça Novais
Maria Lúcia......
Pensei até em não ir me despedir de você...queria guardar a sua imagem em vida.....
Mas não resisti.....os meus sentimentos falaram mais alto do que minha emoção e meu coração gritou alto, para ficar perto do seu; mesmo ele estando parado, pois ele bateria em sintonia com sua alma.
Pela ultima vez segurei suas mãos bondosas e beijei sua doce face; coloquei uma gérbera vermelha em seu elegante terninho cinza e falei em seu ouvido, como sempre lhe falava...como você está elegante !!!
E assim foi.....podemos dizer..o seu último sarau entre nós. A sua boca muda parece que dizia-nos mil palavras; sentimos tão forte a vibração de seu espirito que já se encontrava envolvido em plena luz, que todos sentiam vontade de dizer algo e a eleita para fazer delas as suas palavras foi merecidamente nossa amiga “Eliane Ratier” ....que declamou divinamente o seu texto “De Mãos Dadas “..... como uma linda mensagem deixada para todos nós, os presentes e os que se encontravam ausentes fisicamente, mas tão presente como cada um que lá estava , de alma e coração; em seguida a homenagem da ARL – pelo nosso querido amigo acadêmico “ Dr. Carlos Roberto Ferriani” ; pela ALARP – o Professor e Dr. Oscar Luiz de Moura Lacerda.
À cada um foi dado um livro seu e um lindo botão de rosa branca, de fundo uma doce e suave música ...My way...fazia um acompanhamento ao salmo 23 lido por um grande amigo da familia ; " O SENHOR É MEU PASTOR E NADA ME FALTARÁ"
Fiquei muito emocionada quando ouvi de um de seus filhos, eu perdi não somente a minha mãe, eu perdi a minha melhor amiga....
Maria Lúcia nossa declamadora, poeta, escritora ..... foi enfermeira, grande mestra, grande doutora... pensamos.... quantas e quantos estão por aí multiplicando todo seu conhecimento profissional, cuidando de pessoas e até salvando suas vidas; é Doutora Maria Lucia ....”a doutora do corpo e da alma.”
Pode-se perceber em vários poemas de nossa amiga, que ela adorava poetar sobre o domingo, “domingo era dia festivo “, os anjos e arcanjos já estavam lhe esperando uma estupenda festa no céu neste domingo, tudo já estava escrito.
Eliane Ratier
Hoje fui à uma cerimônia de adeus. Um adeus até breve, porque iremos todos para o mesmo lugar, num tempo indeterminado mas certo.
Despedi-me de Maria Lúcia Cardoso dos Santos, colega de Academia, escritora membro da UBE.
Maria Lúcia marcou por sua impressionante capacidade de memória ao declamar longos poemas de maneira ímpar. Fez conservatório de declamação!!! Tinha planos para ministrar uma oficina, mas a areia, na ampulheta da vida , esgotou-se e ela foi ter com o Senhor. Foi ao encontro do marido Alcides, companheiro de vida, que partiu há 2 anos.
Deu-me a honra de declamar um seu poema no lançamento de seu livro em 2013 e honrou-me novamente com uma declamação, abrilhantando a minha posse na Alarp Ribeirão Preto
Hoje, no adeus, li um de seus poemas, incentivada pelos companheiros.
Maria Lúcia ganhou a eternidade por seu legado. Imortal, viverá em nossa lembrança.
E nossa lembrança será a felicidade que ela nos proporcionou com sua arte.
Admirável!
Mais um texto aqui:
http://cartasajair.blogspot.com.br/
Rosa Cosenza
PASSAGEM
Quando soube da passagem,
ela já havia partido,
sem sorriso, sem palavra,
sem despedida de amigo,
sem mesmo dizer um verso
ou esboçar o reverso
para encantar-nos ness’ hora
sempre triste e dolorida
da saída desta vida.
Meu coração quis chorar,
mas a voz da eternidade
sussurrou em seus ouvidos
que a vida é só uma parte
da existencial trajetória
que se completa co’a arte
pra construir nossa história.
Muito além desse mundo,
no espaço celestial,
Maria Lúcia então declama
com seu jeito nordestino,
e com seus gestos poéticos
derrama muita poesia
sobre esta terra em que estamos,
pra mostrar-nos o óbvio de nossa crença:
que a ausência simples do corpo
não pode nunca apagar
a chama tão luzidia
da presença espiritual,
que só nos dá alegria.
Saudade, amiga querida,
e que o voo de sua partida
embeleze a nossa vida!
Rosa Maria de Britto Cosenza,
Nenhum comentário:
Postar um comentário